segunda-feira, março 09, 2009

Isso É Peito Que Se Apresente?

Este é o ano da crise.
Mas percebemos que certos negócios florescem, apesar de tudo.
Por exemplo, a indústria do silicone.
E não falo do silicone com a finalidade de selar instalações sanitárias.
Esse negócio está sempre na merda.
É antes isto: mal há um calorzinho, mamas dilatadas brotam por todo o lado.
E é aqui que tomamos conta do fenómeno.
É verdade, o silicone está aí para ficar, haja ou não crédito fácil como dantes.
Dantes é que as mamas desciam até ao umbigo.
Dantes é que as mamas se disfarçavam de pedacitos de algodão por trás dos decotes.
Hoje só é necessário 20ºC para as mamas incharem.
Isso e uma operação cirúrgica rotineira.
Mais uns cobres.
E cá estão as tuas novas duas melhores amigas.
Um par de mamas insuflado, espetado e volumoso.
Dois mamilos suculentos que ferem os olhos com a violência orgásmica da sua forma.
Duas bolas plásticas que fazem da nossa mente uma espécie de plasticina.
Aquelas que nós gostávamos de sentir coladas à nossa cara.
Vocês talvez não saibam, mas a minha opinião sobre o silicone (e objectos mamários femininos, no geral) já foi abordada atrás. Por isso, escuso de me repetir.
Mas hoje vi três pares de mamas em fila, qual pelotão de fuzilamento com seis balas irresistíveis, e, para além da súbita paralisação, apercebi-me que quatro mamas rosnavam-me em brasileiro.
E desde quando as brasileiras têm mamas grandes? É do conhecimento geral que as brasileiras só têm mamas grandes se colocarem silicone ou se forem a Fafá de Belém. Elas são 90% cu. Mas ali estavam quatro mamas silicónicas a espreitar sobre o rebordo do decote, digladiando-se contra o calor primaveril, sentindo uma urgência lasciva debitada sob a forma de pequenas gotículas de suor que vão escorrendo pelo rêgo resultante da sua convergência forçada por um soutien de dois números abaixo, estimuladas pela adição do poderoso silicone. Fizeram-me imaginar coisas.
Ao lado delas, uma rapariga muito tímida deixou que o seu enorme par de mamas falasse por si. Acho que compreendi tudo.
E pronto, este momento foi um dos destaques do meu dia.
Para além de todas as suas propriedades de enchimento e dos seus eventuais defeitos estéticos (o efeito “mama-quadrada”), o silicone tem dois efeitos perniciosos: faz muito mal aos olhos e absorve a nossa concentração.
Ah, e talvez cause cancro. Mas o que é que hoje em dia não causa?
As mamas são as principais candidatas a Personalidade do Ano, à falta de melhores alternativas neste ano de crise. Ao contrário das cotações, as mamas não vão ao fundo. Ficam sempre à tona. Engraçado, “tona” rima com “co”…
Bom, mas bem vistas as coisas, as mamas foram sempre uma sensação. Já ando aqui há alguns anos e o interesse pelas mamas nunca foi abaixo. O mercado mamário renova-se automaticamente sem grande perda de excitação, ano após ano. Boas mamas são um activo que nunca deprecia. Más mamas também não são propriamente um passivo. São um capital muito próprio e distribuem dividendos ao patrão e ao proletariado. Os gráficos bolsistas seguem a direcção do nosso pénis e erguem-se, instalando a euforia entre os investidores. Isto é economia e finanças aplicadas às mamas.
As mamas bem merecem sair deste Inverno opressor e tomar a dianteira. Mostrem-nos o caminho de saída desta crise castradora. E pode ser tão fácil provocar-nos um click. É só chegar-lhes um pequeno calorzinho, longe do plástico que é para não inflamar… e é o ar que se nos dá.

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