sábado, maio 17, 2008

Österreich Unter Alles

Ich bin ein Österreicher! Sou doido por sangue e extremamente sádico. Gosto de cultivar a antipatia como os belgas de semear a pedofilia e os escandinavos de cometer suicídio. E podia ir mais adiante, estabelecer mais comparações, mas toda a Europa mete-me nojo. Já fui grande, eu mais os húngaros, mas agora sou um pequeno país que nem sequer tem entrada directa na Champions League e que pediu a língua emprestada ao grande vizinho germânico.
Por acaso, é uma língua que nos assenta como uma luva, é uma língua assassina e intimidadora como poucas. Mas isso não apaga a humilhação. Se não fizer nada de cruel, serei um paspalho periférico e mediano como… olha, como os portugueses, vá lá. E então, fiquei assim.
Para mim, a atrocidade não conhece limites. O melhor cartão de visita é constatar que Hitler, filho de uma beirã, afinal era austríaco. Encarcero os meus filhos em caves durante anos, escondendo-os da luz e da vida social. Se não tiver filhos, rapto o filho de alguém com a tranquilidade com que esmago um inocente insecto com as minhas botas cardadas. Em piqueniques familiares no sopé dos Alpes gosto de mutilar os membros dos membros da família, depois de me empanturrar com pickles envinagrados ao som de Mozart.
Bom velho Mozart, ele próprio um maluquinho, como manda a boa tradição austríaca. Até o Freud tinha sonhos anormais com a mãe dele, mas eu entendo bem a sua fixação. Todos nós somos muito apegados à família e consideramos o incesto uma forma de reforçar os laços familiares. A consanguinidade nunca nos fez mal.
Em contrapartida, o yodel é apenas uma patetice para desviar as atenções. Enquanto berro “yudl-ay-EEE-ooo” estou a pensar na próxima vítima. Que pode ser eu mesmo. Tenho os braços cheios de queimaduras de cigarro e escavacados a golpes de canivete suíço, que nós nem para fazer canivetes servimos. Apenas sabemos fazer bom uso deles. Se vejo uma tipa qualquer na rua que me meta impressão, infantil ou idosa, arranjo logo forma de a violar. À bruta, amarrada a um cipreste numa cercania de Innsbruck, dando-lhe com fiveladas nos costados e penetrando-lhe com bastões de basebol.
Temos uma capital cheia de pompa apenas para que não reparem nos cadáveres que despejamos no jardim assim que saímos de casa, após mais um serão de carnificina e sacrifício humano no conforto do lar. Os homens do lixo, já pouco impressionáveis, por vezes aproveitam pedaços em decomposição para oferecer à filha mais nova que os andava a chatear por uma Barbie. Os ossos ficam para o cão. É tudo natural.
Enquanto os turistas contemplam a monumentalidade dos palácios, nós enforcamos o vizinho por ele nos ter olhado de lado na Quarta-Feira. Os filmes de terror são estudados no ensino pré-primário e dissecados até à exaustão por boas professoras austríacas, daquelas que gostam de sexo sado-masoquista com velas quentes a pingar na pele e também de matar veados após o expediente, cortando-lhes as cabeças às dentadas para as expor na sala de estar. Também os alunos menos cooperantes são dissecados, literalmente, pelos seus colegas no recreio.
Em orgias de sexo e droga fornicamos e trocamos fluidos com todos os sexos, incluindo animais, sacerdotes e octogenárias. Ah, como são apetitosas as velhas... E os velhos. Não nos repugna a perversão. Aliás, ela é-nos tudo. O que é monstruoso para muitos é corriqueiro para mim. Mas admito ser mal compreendido. Por exemplo, José Figueiras casou com uma austríaca. Temo pela sua sorte.
Estou apenas a ser sincero. Basta olhar para os factos. Basta constatar a imprensa estrangeira. Não quero ser mais papista que o papa, nada disso. Alles klar, Herr Kommissar?

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