sábado, março 31, 2007

Não Me Enganam Mais

Chega de pasmaceira. Basta de tanta ostentação gratuita. Não vai haver ninguém que me consiga parar. Vou beber o sangue dos heróis e ornamentar-me com as vísceras das vítimas. As minhas medalhas serão as vossas lágrimas petrificadas. Eis a guilhotina da vossa glória. Cheguei eu, a revolução.
Um cheiro a novo levanta-se da fogueira das vossas vaidades. Atiço o lume com os ideais pós-modernos com que me cozinharam, embebidos em álcool e ácido. A puericultura está na rua, a autoridade no esgoto. Não vai haver piedade para com desculpas esfarrapadas. A nova ordem provirá de mim, serei o senhor que vocês espezinharam ontem, mas que serão forçados a servir amanhã. Não tentem agarrar-me quando as luzes da revolta se acenderem e as bombas explodirem com os vossos incautos tímpanos.
Não vai correr mal, eu sei. Pois eu não tenho nada a perder, nem sequer o orgulho. E eles têm o mundo, a vida, o dinheiro, as ideias estúpidas que tentam vender-me embrulhadas em papel reciclado. Só posso estar confiante nos meus projectos despidos e nos meus equipamentos tecnológicos super sofisticados que não servem para nada. Só que eles nem sabem disso. Nem sabem com quem convivem. Vão saber. Vão sofrer. Vão desejar não terem expurgado este pedaço biológico dentro deles. Para a próxima estarão avisados. Se houver próxima vez.

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