quinta-feira, novembro 27, 2008

Será Amor?

O que me suscita mais curiosidade no programa semanal da Liga dos Campeões da RTP não é tanto o espectáculo dos golos nem as fintas diabólicas desses grandes astros que libertam magia por essa Europa fora. Pode ser eventualmente interessante, mas há algo que me merece muito mais atenção: é a tensão sexual que existe entre a bela Inês Gonçalves e o comentador António Tadeia.
Inês é capaz de dilacerar corações com aqueles olhos. E Tadeia não é excepção. Ele bem tenta falar de tácticas e fazer os seus comentários, mas convenhamos que não é fácil ter aquela miúda de tez morena a olhar para nós de blusa desabotoada e perna cruzada e dizer algo de jeito que envolva gajos musculados e bolas disputadas com excesso de virilidade.
Primeiro ponto positivo: Tadeia não precisa de se desculpar pelos maus comentários.
Segundo ponto positivo: Inês não precisa de fazer perguntas muito difíceis.
A audiência está apenas à espera que alguém assuma que deseja carnalmente o outro, ver a Inês ainda mais desnuda que no “Dança Comigo” ou ver resumos comentados pelo Alexandre Albuquerque – a conversa em si não interessa para nada.
Aliás, Inês nem sequer precisava de ser jornalista, podia ir ali ao café da esquina e compilar três ou quatro bitaites junto daqueles senhores que estavam a apreciar um bagacinho, voltar ao estúdio e fazer as perguntas, ninguém iria notar a diferença – pois a maior parte apenas iria notar se algo de muito anormal se passasse com a Inês. Por exemplo, se ela pintasse o cabelo de vermelho.
Não raras vezes, Tadeia atrapalha-se momentaneamente no seu raciocínio, gagueja um pouco e notam-se os seus olhos a brilhar, balançando de um lado para o outro, para cima e para baixo, devorando a bonita Inês. É humano, nós compreendemos. Inês pergunta “O BATE Borisov acaba por ser uma pequena surpresa, não é?”, e Tadeia diz “Sim… hãããã… Podemos dizer que sim”, mas pensa, amordaçado, “Irra, que esta gaja quer acabar comigo, enquanto homem e enquanto comentador que quer ser respeitado!”. Inês questiona “Mas o Werder Bremen ainda tem hipóteses, recebe o líder em casa…” e Tadeia imagina “Se tu fosses à minha casa, não te dava hipóteses”.
O programa acaba por ser um tormento para Tadeia, que ultimamente até tem revelado um profissionalismo notável – ficar sério e concentrado apenas no futebol é difícil, sem dúvida, e deve ser sublinhado o seu estoicismo. Deve ser muito mais confortável, embora menos excitante, escrever pataquadas nos pasquins diários. É que Inês provoca, vai buscar as lesões no eixo defensivo, mexe no cabelo, procura nos apontamentos algo sobre a história recente das equipas espanholas e depois aparece de blusa aberta em pleno Outono-Inverno. E Tadeia vai acompanhando o dress-code, abusa do estilo informal e, não por acaso, dispensa as gravatas que apertam ainda mais a garganta. O que Tadeia quer é identificar-se com Inês, talvez com a secreta esperança que ela perceba que ele consegue falar a mesma língua, que consegue perceber as necessidades e anseios de Inês e que ele próprio tem as suas vicissitudes hormonais, tudo com o propósito de arranjar um encontro em horário pré ou pós-laboral.
Acho que o Tadeia já está por tudo. Ficar um serão em frente à Inês e trabalhar ao mesmo tempo não é para todos. Desejo-te a melhor sorte, Tadeia, e que vocês se entendam e que façam muitas Inesezinhas bonitas e muitos Tadeiazinhos opinativos.
E quanto a ti, Inês, aprecio o teu esforço para fazeres perguntas pertinentes, mas aprecio muito mais o teu físico e os teus sexy games insinuantes. Verdade seja dita, és muito melhor que a Cecília Carmo.

Sem comentários: