quarta-feira, janeiro 28, 2009

Serviço Púbico

O verdadeiro serviço púbico em Portugal é prestado pela RTP – Rita Tira Pintelhos.
E como se chegou a esta situação?
Rita tornou-se uma moça desempregada quando deflagrou a crise internacional. Ou quando se aperceberam que a Rita era só mais uma que passava os dias no Messenger e em intrigas cochichadas pelos corredores. Tanto faz. Adiante.
O que fazer? Começou a frequentar uns blogues de gente famosa, pondo-se em bicos de pés e escrevendo vezes sem conta na caixa de comentários “olhem para mim, tenho tanto jeito, arranjem-me um tacho, a mim, que tanto adoro o que vocês fazem e dizem e que tanto preciso de uma ocupação”. Claro que não por estas palavras. Mas a bajulação, o seguidismo, a falta de personalidade e a ilusão de protagonismo fácil estavam lá todas. Ela persistia nesta táctica, mas ninguém lhe ligava puto, porque todos andavam à procura do mesmo.
Até que lhe disseram, “Irra, mais valia estares quieto e coçares os co**ões!”.
Ora que boa ideia.
Porque é que as pessoas coçam os tomates? Se calhar, devido à frondosidade da selva púbica, que cresceu e se encravou sem qualquer espécie de ordenamento.
Logo aqui se abria uma janela de oportunidade: homens e mulheres pouco dados à depilação púbica, de alguma forma presos a uma estética que morreu nos anos oitenta, desterrados numa era marcada pela metrossexualidade.
E como Rita dominava todas as técnicas de depilação e tratava por tu todas aquelas ceras… abriu a RTP.
O marketing foi notável. Rita prometia um tratamento estético indolor e colocar as pessoas na moda. Em três tempos, homens e mulheres deixaram de se sentir incomodados na sua região genital – agora todos usavam roupa interior justinha à vontade. A palavra foi passando de boca em boca. Os urinóis e os chãos das casas de banho deixaram de apresentar vestígios de pêlos púbicos. Sucesso estrondoso. Rita fez-se empresária de sucesso, e nem precisou de subsídios nem de Novas Oportunidades. O segredo estava todo na pintelheira.
Ouçamos os depoimentos de alguma gente famosa que utilizou os serviços da RTP:

Isto sim, é serviço púbico digno da RTP! Ainda não me convenceram a rapar esta barba e ainda estou relativamente gordo, mas já sinto uma sensação de leveza muito agradável cá em baixo!” (Pacheco Pereira)

Parecia uma mulher das cavernas antes de conhecer a RTP. Agora pareço-me mais com o Tony Ramos.” (Maya)

Além de me ter depilado de uma forma perfeita, a RTP também me extraiu uma parte substancial do meu cérebro e ninguém deu por nada. Perfeito.” (José Castelo Branco)

(A Betty preferiu não falar para não lhe cair o maxilar)

Fomos roubados! Até aos co**ões!” (Luís Filipe Vieira)

Quanto às acusações de que o BPP é alvo, refuto-as liminarmente; quanto à exemplaridade da minha depilação púbica, confirmo.” (João Rendeiro)

A RTP prestou-me um ganda serviço púbico. E sempre em pretoguês, ‘tás a ver, man? Iá, props pró people, 'tá-se bem.” (Samuel, o Miúdo)

Sim, a RTP rapou-me todo. Mesmo os sovacos. Custou-me um bocadinho, mas até sou bonitinho, bem vistas as coisas. O Máximo tinha razão.” (Barbas)

RTP? Isso é passado. Eu agora sou mais pelas sessões contínuas de telenovelas e coisas do género… Ah!, RTP, a depiladora? Sim, sim, claro, muito boa. Vai ser grande, a miúda. A gente há-de arranjar-lhe algo para o horário nobre.” (José Eduardo Moniz)

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