quarta-feira, agosto 01, 2007

Jornal de Negócios

UBS revê em alta preço-alvo do ceguinho gordo do Metro para 0,8 € por esmola – afastada que parece a hipótese de fusão com o miúdo cego malcriado que improvisa raps com a sua bengala e gaita-de-beiços e dada a recente, e crescente, especulação de uma possível parceria estratégica entre o ceguinho gordo e a velhota com os olhos cosidos, a que não será alheia a reunião entre estes dois anteontem na estação de Arroios, a UBS alterou o sinal das acções do ceguinho gordo de “desviar” para “dar esmola”. Fredrik Upyours, representante da UBS, refere que “o mercado estava a penalizar a amizade entre o ceguinho gordo e o miúdo malcriado, como atestam as recentes descidas das esmolas para o primeiro” e “vê com bons olhos” aquilo que considera ser uma “estratégia sensata” do ceguinho gordo, aproximando-se assim daquele que considera ser verdadeiramente “o seu público-alvo”.
Paralelamente, a UBS mantém a recomendação de “ignorar” para o miúdo malcriado. Upyours explica este pessimismo: “Depois de uma primeira fase de grande euforia, o miúdo malcriado enveredou por uma estratégia de rima fácil e ritmos repetitivos, aliando a tudo isto uma nítida falta de visão estratégica, ao optar por insultar os transeuntes à saída do Metro. Esta má performance reflectiu-se no decepcionante EBITDA do miúdo malcriado no 1º semestre de 2007, cerca de 22% abaixo das expectativas do próprio, ou seja, cerca de 5,85 € médios de esmola por dia contra os 7,5 € inicialmente previstos no seu plano de negócios apresentado ao público nas escadas da estação do Martim Moniz em Novembro de 2006.”
O miúdo malcriado escusou-se a comentar estas notícias, revelando-se apenas “optimista quanto ao futuro”, mesmo sabendo que está a perder quota de mercado para jovens romenos acompanhados por um acordeão e por um cão rafeiro. “Sei que sou competitivo e devo encarar a entrada de novos players no mercado de esmolas não como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade”, afiançou.

Pedro Barbosa inaugura confeitaria de éclairs – “É com orgulho que lanço a primeira pedra deste investimento que irá criar cerca de 5 postos de trabalho directos e um número indeterminado de postos de trabalho indirectos, entre dentistas, esteticistas e clínicas de peso, entre outros”. Foi assim que Barbosa se dirigiu aos convidados naquele que foi o lançamento simbólico da sua primeira confeitaria de éclairs em Riba d’ Ave, Vila Nova de Famalicão. Depois do sucesso tremendo que foi a sua primeira experiência empresarial – a fábrica de croissants Langão, em Salvaterra de Magos – este passo surge “naturalmente”, segundo Barbosa: “Sentia-me um pouco enjoado de tantos croissants, mesmo após ter experimentado várias massas folhadas e recheios diversos. Rodeei-me por vários e ilustres gulosos e concluí que teria de avançar para outras áreas de negócio na doçaria, sob pena de me sentir asfixiado. O alargamento para novos mercados foi inevitável”. A opinião de Quinito figurou entre as vozes ouvidas por Barbosa? “Certamente”, confidenciou. “Quinito é uma autoridade na matéria, um valor seguro na prova de doces, e fiquei extremamente satisfeito por poder contar de novo com o seu aconselhamento, depois do sucesso do seu primeiro conselho”.
Inicialmente, a fábrica, que estará concluída, à imagem da velocidade que Barbosa propagou nos relvados, lá para 2020, na melhor das hipóteses, irá produzir éclairs recheados com doce de ovos ou chantilly e com cobertura de açúcar branca ou achocolatada, “sem corantes, mas com algum aspartamo de última geração, aproveitando a boleia dos recentes desenvolvimentos tecnológicos”, não estando posta de parte a confecção de rins ou até mil-folhas. Porém, e para já, Barbosa não admite precipitações: “Um passo de cada vez, um éclair por cada sobremesa”. Os éclairs irão abastecer sobretudo a zona norte, mas um acordo de distribuição assinado com Luís Vidigal, seu ex-companheiro do Sporting, poderá, com sorte, levar os deliciosos éclairs Barbosa até abaixo do Mondego.

Crise no mercado dos corta-unhas está para durar – Anselmo Sabugo, líder da Associação dos Corta-Unhas, Pinças e Rebarbadores (ACUPRE), urge o governo para tomar “medidas de emergência” para salvar o sector, outrora o principal dínamo económico da Rua Projectada ao Ângulo Esquerdo, em Sever do Vouga. “A principal causa é o stress: as pessoas roem-se todas e não necessitam de adquirir os nossos produtos”. Nem os avultados investimentos na modernização, de que são exemplo a novidade do corta-unhas com fragrância a alfazema ou de promoções como “leve um corta-unhas e veja o Benfica ao vivo (na tasca da sua zona)”, parece ter animado o sector: “Uma miséria”, lamenta-se Sabugo. “Quer dizer, os nossos clientes são, regra geral, miseráveis, mas esta miséria é mesmo do car***o”, admite. E que medidas propõe que o Governo tome? “Uma de duas: ou um enorme subsídio a fundo perdido, com dinheiros que vão arranjar sabe-se lá onde, não me interessa; ou a atribuição de um emprego para mim numa repartição pública. Assim, como isto está, é que eu não aguento. Tenho as minhas viagens para fazer e os meus carros de alta cilindrada para abastecer”. E se o Governo não fizer nada? “Estou a estudar a hipótese de me suicidar em directo no programa das 10”. A ACUPRE estima que os problemas psicológicos decorrentes desta crise estão a alastrar-se a todos os fabricantes de corta-unhas, existindo já cerca de 65% de administradores “com falhas gritantes de imaginação para inventar facturas falsas”.

Mantorras é o novo CEO não-executivo da Siderurgia Nacional – numa arrojada remodelação organizativa, a Siderurgia Nacional cooptou o avançado angolano Pedro Mantorras para seu novo CEO não-executivo. Uma fonte ligada à Siderurgia revelou que “esta designação insere-se na nova filosofia de marketing da empresa, apostada em adquirir uma imagem mais moderna e menos, digamos, enferrujada, junto do grande público”. Pedro Mantorras, apesar das suas fracas qualificações académicas e do seu parco poder goleador, é conhecido por ser a estrutura metálica mais famosa das imediações do Colégio Militar e pelo poder de motivação junto de franjas mais embrutecidas da população. As peças do angolano já foram avaliadas em cerca de 90 milhões de euros, mas nesta altura Mantorras deverá apenas receber uma quantia não revelada de óleo para as juntas e de dispositivos anti-magnetizantes.
Mantorras, neste seu novo cargo que foi criado especialmente para ele, não terá sequer que comparecer nas reuniões do Conselho de Administração. A mesma fonte apontou que o grande e único objectivo é que Mantorras “consiga dar uma dúzia de passos consecutivos em cada aparição pública, o suficiente para garantir a atenção de cerca de 6 milhões de pacóvios”. No longo-prazo, espera-se que “Mantorras seja reconhecido mais como produto metálico de características humanóides” do que como “um ex-avançado trapalhão”, algo que deverá garantir à Siderurgia “para além duma publicidade monstruosa e barata, o direito a um subsídio comunitário pelo investimento tecnológico, no âmbito dos Quadros da Apoio da UE actualmente em vigor”.

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