quarta-feira, junho 13, 2007

Balde de Mel

Digamos que não há ex-passos certos. Há bilhetes de identidade trocados em plena revolução tecno-ilógica. Onde está o choque? Aqui atrás, bem em cheio no pára-choques, o airbag da realidade lá me acomodou sem evitar-me uma ferida bem sexy no sobrolho, foi um comboio de palavras desenfreadas em velocidade de cruzeiro que me abalroou neste Domingo à tardinha, mas a gasolina bem que pode aumentar que o meu motor continuará a bombar. Dás-me o teu corpo e eu dou-te o meu bacio que religiosamente conservo sob a mesa-de-cabeceira. A urina morna parece-me mel, e a ti, que te parece? Uma partilha de defecações mentais não nos faria pior. Estamos ou somos? Vamos ser honestos o suficiente para assumirmos que nos deliciamos com as lúgubres carícias do show-bizz. Que nem nos importamos de figurarmos como entidades super-supra-sumamente inconscientes lá bem no fundo do nosso metropolitano neurológico. E, já que conseguiste penetrar mas levaste com as cancelas no lombo, percorramos a via láctea de todos os nossos neurónios à procura de novas espécimes desodorizantes da nossa alma. Cheira-me que o rebanho tem fascínio pelo lobo, mas este apenas sabe o que é ver séries juvenis pré-noticiário das oito. E fica para os anúncios sem perceber porquê. Parecemos todos diferentes mas afinal a impressão não conta para nada. Imprimem-me a laser num papel reciclado e sirvo para acumular pó no curral das suas vicissitudes mundanas. Isto quando não me encravo nas rotativas, alavancas e patilhas da sua imperfeita máquina de vaidades. É bonito, foi bonito, sentimo-nos todos muito bem quando nos aconchegam o pêlo pelo pêlo. Quando quiseres, fecha a porta, que eu faço de conta que não te vi a engolir o teu próprio vómito.

1 comentário:

Muntubila disse...

...ah mas gostaste não quiseste foi dizer. Pay-per-view.