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E quem eram os CU? Três jovens extremamente bem-parecidos: o Saul, o Feliciano e o Américo. Quisemos saber da boca deles como eles próprios se definiam.
Saul (S) – Olá, eu sou o Saul, tenho 24 anos e sou um eterno romântico. Sou muito tímido e melancólico. Não tenho namorada, espero ainda por alguém que preencha o grande espaço vazio do meu coração e com quem possa partilhar todo o carinho e afectividade que tenho para dar. Estes meus sonhos de amor inspiram-me a escrever na solidão do meu quarto virado para a praia. Sou eu quem escreve as letras do grupo, de que é exemplo o nosso recente êxito “Amor Às Postas”: “Amor, vem para junto de mim/ Amor, eu sei como tu gostas/ Não aguento tanto amor assim/ Eu quero o teu amor às postas”. Gosto de ler romances de amor e de oferecer rosas às mulheres, que são as minhas divas e pelas quais nutro um enorme afecto. Adoro-as a todas. Um beijinho para elas. Chuuuuac!
Feliciano (F) – Olá, eu sou o Feliciano, tenho 23 anos e sou de S. Mamede de Infesta. Para mim, os CU são tudo, é um grupo fabuloso de amigos que têm em comum o gosto pela música romântica e o facto de sermos eternos apaixonados. Fui eu que tive a ideia para o nome do grupo, pois julgo que o coração tem um poder do tamanho do mundo. O coração deveria comandar todas as nossas acções, deveríamos aceitar e saber viver livremente as nossas emoções. Sou um rapaz bem-disposto, sem namorada por enquanto, que gosta de conviver com os amigos e que preza muito os valores da amizade e da ternura. Adoro animais, especialmente os cães. No fundo, por serem muito amigos dos humanos, são fantásticos. A todas as nossas fãs, um GRAAAAAAAAANDE xi-coração. E lembrem-se: o amor muda o mundo.
Américo (A) – Eu sou o Américo, tenho 26 anos, sou o mais velho do grupo e moro no Bombarral, onde conheci o nosso manager, o Torcato, que me apresentou estes meus dois amigos. Era tudo o que procurava, estes rapazes são impecáveis e sentem o mesmo que eu: temos uma mensagem de paz e amor muito importante para transmitir. Nós assumimos os nossos sentimentos em palco, emocionamo-nos bastante com a recepção do público, julgo que ele sabe que o que nós cantamos é sincero, puro e muito bonito. Uma vida sem paixão não faz sentido, nós homenageamos as coisas boas que nos dá o coração e assim pretendemos continuar. Um grande beijinho para quem nos apoia e continuem sempre a sonhar e a amar.
O que os CU não sabiam era que a entrevista que eles pensavam estar em off estava na realidade em on. Registámos o diálogo subsequente.
S – Bem, o que vamos fazer agora?
A – Pá, vamos mas é mamar umas cervejolas, que ainda faltam umas 6 horas para o concerto.
F – Onde é que vai ser o concerto, afinal?
A – Hoje vai ser em Famalicão… ou em Barcelos… sei lá, é lá para o Norte. E depois ainda vamos autografar a me*** dos discos e dar umas flores às gajas, a me*** do costume…
F – Eh, pá, f***-se, essas gajas do Norte gritam como o car****… histéricas do car****… Vou mas é fazer um risco, que é para ver se aturo essa me***… São servidos?
A – Aaah! Tinhas aí branca e não dizias nada, ó pane****o? Faz aí um risco para mim também!
S – Este gajo anda a dar na branca sem nós sabermos! Se fosses para o car****!... Quando estás a ressacar, nós ajudamos-te; quando estás na boa, cagas na gente, não é?
F – Ó Saul, vai-te f***r!! Escreve mas é mais uma dessas letras de me*** que sabes fazer e não stresses!
S – Ai o car***o, ó Feliciano! Tens alguma coisa contra? Se não fossem as minhas letras, este grupo não ia a lado nenhum! Tu estás feito um agarrado do car***o e o Américo, se não estivesse nos CU, estava a treinar cães de luta lá na parvónia!
A – Parvónia o quê, ó car***o? Tens muita mania, ó morcão… vê lá se queres que largue o meu pittbull para te f***r esse cu de mouro… Tu fazes as letras mas és feio como a me***, nem com esse gel todo e com as duas plásticas que fizeste após a nossa dupla platina disfarças o teu aspecto de gnu… Sabes bem que nós é que somos gajos todos bons e que as gajas querem-nos é a nós… És bom sim, mas é a bater punhetas!
F – Ahahah!, está boa essa, está, ó Américo! Esse coninhas treme só de ver uma mamalhuda ao perto! Sniiiiiiiiiiiiiiiif!... F***-se, que esta branca é mêm’ do best… Ena, c’um car***o… F***-se!... Sniiiiiiiiiiiiiiiif!
S – Estás enganado, ó drogado! Já f**i mais gajas nos camarins do que tu! Mas buéréré mais!
F – Quem, tu? F***-se, é só pitas! Tu só papas gajas gordas com menos de 16 anos!
A – Ahahah! E daquelas lá de Trás-os-Montes, com aparelho e tudo… Ainda me lembro, em Viseu estava eu com uma loiraça toda boa, a escavacar aquele grelo forte e feio, ela a dizer “Amas-me, Américo?”, e eu “Amo-te pois, minha querida… o meu coração é todo teu”…
F – Eheheh, és fo***o, ó Américo… sempre com essas me***s!...
A – Sabes como é, tenho uma lábia do car****… bem, mas nessa altura estava mesmo cheio de tesão, a gaja era boa como tudo, uma gaja dessas só aparece de tempos a tempos, como naquele concerto lá em França… enfim, estava eu já quase a comer o cuzinho da gaja, a dizer que lhe amava como nunca tinha amado ninguém e que ela era o sol que iluminava a minha existência…
F – Essa do sol não falha… Já comi umas quantas gajonas assim com esses paleios de me***!... Sniiiiiiif!
A – …e estava o Saul a tentar engatar uma gorda com os dentes podres de 15 anos que estava lá com o poster para ele assinar! Eheheh! Não tens vergonha, ó Saul?
S – Vão todos mas é para o car***o! Eu vou falar com o Torcato e dizer-lhe que não vos aguento mais, vocês só têm me*** na cabeça! F***-se, odeio-vos!
A – Vai-te mas é f***r, tu precisas de nós! Nós é que temos o estilo todo. Embora aqui o Feliciano só convença as cotas raquíticas…
F – Ai o car****, ó Américo! O que é que estás para aí a dizer? Aquilo não são cotas, são mulheres com experiência… E estou a namorar agora com a Maria de Lourdes, que é uma velha toda boa…É um campeonato mais difícil, requer mais concentração… tu só comes put** fáceis!
A – Ahahah!, deixa-me rir! Só f***s é cotas cinquentonas e usadas! F***-se meu, enxerga-te lá bem ao espelho… Tens um trombil que mete medo, o que te vale é teres tido aulas de musculação…
S – Musculação… Esse gajo é só esteróides e anabolizantes… Drogado de me***…
F – Vão para o car***o, vocês os dois! F***-se, que são chatos como a me***! Também só espero que o Torcato me arranje outros gajos… e outra banda, que já enjoei destas me***s melosas de “amor”, “carinho”, “ternura”… F***-se, é só m***a, se eu cantasse o que me vai na alma era mais morte a essa canalha que anda para aí a roubar e que se f***m os políticos, isso é que é brutal! Aposto que continuava a f***r à grande e à francesa de qualquer das formas, bom como eu sou…
A – Olha, eu digo o mesmo. Eu é mais rap e hip-hop, ‘tão a ver a cena? Lutas na street, graffittis, a minha crew toda a apoiar… Iá, isso é que é… Agora estas me***s… Eu cago nesta me*** toda, quero é curtir a minha onda, ‘tão a ver. Vocês metem nojo. E eu nunca gostei de nenhuma gaja a sério… para mim é fo**-las o máximo que possa. Ehehehehe!
S – Vão todos para o car****! Montes de me*** que me saíram!
F – Tens algum problema, ó Saulzinho? Vê lá se queres que solte um dos meus cães para cima de ti… ficavas logo feito num monte de ossos…
A – Ouve lá, ó bacano, também não fales assim com ele, se há alguém aqui que lhe deve ir à tromba sou eu… Vê lá se te enfio uma biqueira larga 42 pelo teu cu acima e mando um balázio no focinho dos teus cães…
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F – Olha-me este cromo, todo armado em bom… Espera lá que já te f***!...
Torcato – Meus, meus! Qual é a vossa?!? Esta m***a está a dar em directo na rádio! Vocês estão malucos?!? Estão a arruinar a minha e a vossa carreira! Atrasados mentais! Desliguem o microfone, car****!!!
S – Onde está essa me***?
F – Está atrás de ti, car****! Desliga já essa me***!
A – F***-se, se calhar ninguém ouv...
Mas houve muita gente que ouviu. Torcato, atormentado, lá admitiu publicamente que os CU não seriam assim tão genuinamente românticos quanto isso, o que delapidou por inteiro a sua base de fãs. As seguidoras sentiram-se ofendidas, traídas e humilhadas por terem visto os seus sentimentos manipulados. Quase nenhuma fã sobrou, a queda nos topes foi abrupta e brutal. Torcato tentou reinventar os CU, agora denominados Canibais Urbanos, com estilo entre o punk, o disco e o hip-hop, mas debalde. Os novos CU não granjearam grandes apoios fora dalguns bairros periféricos de Lisboa e do Porto e desmantelaram-se definitivamente após um concerto mal sucedido na Campanhã, que terminou com uma rusga policial, apreensão de droga, armas ilegais e vários documentos de identificação falsificados, dois mortos e catorze feridos, entre os quais Feliciano, mordido no tórax por um cão da sua própria matilha.
Hoje em dia, Torcato, refeito deste desastre, mantém-se como manager musical, promovendo novos êxitos como as Tau-Tau e Tó Ny. Saul é procurado pela polícia por assédio sexual a animais em vias de extinção e escreve para uma fanzine de extrema-direita. Feliciano luta diariamente para fugir à overdose enquanto entrega pizzas e organiza lutas de cães. Américo juntou-se a uma luta armada de resistência algures na América Latina, onde é cabecilha dum grupo rebelde constituído por crianças raptadas a orfanatos e que é responsável por massacres em plantações de cocaína. Nenhum deles voltou a ganhar um mísero disco de prata.
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